Associação de Juventude da Candelária

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Cuidar do Idoso… é um Dever e um Desígnio!

 

A 8 de Maio de 2012, idosos da zona sudoeste da ilha de São Miguel irão participar em mais uma iniciativa de promoção do Envelhecimento Ativo, na freguesia dos Mosteiros, desenvolvida pela equipa de enfermagem da zona em parceria com a Associação de Juventude de Candelária, Juntas de Freguesia locais e Casas do Povo.

 

 

No exercício das competências e das responsabilidades a que estão acometidos enquanto profissionais de saúde, a equipa de Enfermagem de Feteiras, da Unidade de Saúde de Ilha de S Miguel - Centro de Saúde de Ponta Delgada, em articulação com os Centros de Convívio de Idosos, a Associação de Juventude de Candelária, e Juntas de Freguesia locais, pretende levar a cabo mais uma iniciativa de promoção do envelhecimento ativo, mas desta feita, envolvendo um maior número de participantes da comunidade idosa da sua área de abrangência ( Candelária, Sete Cidades, Mosteiros, Ginetes e Feteiras). Para o efeito irá realizar-se uma atividade na freguesia de Mosteiros, que decorrerá no dia 8 de Maio com início pelas 10h 30 minutos até cerca das 15h30 minutos. O dia será preenchido no período da manhã, por uma caminhada ao longo de um percurso diversificado e adequado às particularidades dos participantes, ao qual se seguirá um almoço no Centro de Dia de idosos daquela localidade. O período da tarde será privilegiado com um convívio animado por atividades que serão da responsabilidade dos principais intervenientes, e por uma breve comunicação de cariz formativo de Promoção da Saúde, que será desenvolvida por um Enfermeiro, visando alertar para a adoção de estilos de vida saudável, como uma importante premissa para um envelhecimento bem sucedido, e que consubstancia a lógica da proatividade para a Saúde individual/coletiva.

Inerente a esta iniciativa pretende-se dar voz a alguns aspetos que estão associados à longevidade humana, e para os quais se devem envidar esforços pessoais/comunitários no sentido de chamar a atenção para o planeamento da vida com saúde, em que o critério para o sucesso reside essencialmente na autonomia física, psicológica e social do idoso. Pretende-se também reafirmar a necessidade de pensar e concretizar novas estratégias sobre as atividades dos mais “velhos”. Estas devem ter em consideração as suas preferências, de modo a proporcionar bem-estar emocional e psicológico, não devendo constituir apenas meras tarefas a executar por pessoas com “demasiado tempo livre”, e muito menos inseridas pontualmente em contexto de comemoração de efeméride. Nas atividades a promover há a destacar as práticas relacionadas com a atividade física moderada, uma vez que têm impacto positivo nas respostas motoras, na força muscular, no bem-estar e na melhoria da funcionalidade em geral. Por outro lado esta atividade constitui a oportunidade de convívio social, indispensável para a saúde mental.

É necessário abandonar as ideias estigmatizantes que associam o envelhecimento apenas à doença e incapacidade, e considerar esta etapa da vida enquanto período com memórias felizes, e de potencial legado de sabedoria para as gerações vindouras. Importa também ajudar os idosos a reforçar ou a encontrar um projeto/significado de vida. Este apoio deve ser assegurado essencialmente pelos elementos significativos/familiares em estreita colaboração com as instituições de saúde responsáveis, sem contudo desvalorizar as potencialidades de outros agentes sociais e comunitários.

Os idosos, nesta fase do ciclo da vida, devido às alterações ao nível dos papéis a desempenhar, no seio da família, no trabalho e na sociedade em geral, tendem a participar em redes sociais mais restritas, mas tal facto não invalida que não os consideremos socialmente ativos, de preferência com a família e amigos. Nesta perspetiva é condição indispensável otimizar as medidas que fomentam a inclusão social do idoso na família/sociedade, através da participação e envolvimento em papéis sociais, para os quais ainda estão capacitados, atuando assim, enquanto protagonistas e não como sujeitos passivos, e que configuram importantes determinantes para um envelhecimento ativo. Constituiu um dever da sociedade em geral e das organizações em particular, contribuir para a dignidade do idoso para que a velhice seja vivida com satisfação e prazer, e que o idoso seja sinónimo de riqueza de conhecimentos, seja, enfim, uma pessoa de referências!

Nesta reflexão não podia ficar omisso os novos desafios com os quais as famílias se deparam perante as estimativas sobre o envelhecimento demográfico, sobretudo na presença de idosos com dependência, especialmente na presença de processos demenciais. Estas têm um papel fundamental na assistência e na manutenção do idoso no seu contexto habitual. Nesta perspetiva é inevitável repensar novas formas de apoio, para que o ato de cuidar não se transforme num “fardo”, daí que é essencial que quem cuida, não fique por cuidar. Perspetiva-se um imenso trabalho no sentido de encontrar respostas face ao atual contexto social do idoso, pois se, se efetuaram tantos esforços e se continuam a desenvolver novas iniciativas para prolongar a vida humana, seria lamentável se não se conseguisse criar as condições adequadas para que o idoso possa, então usufruir de qualidade de vida e bem-estar.

Enfª Ana Paula Furtado

 

 

Sexta, 04 Maio, 2012

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